Não dá.
Nem escrever eu consigo. Minha cabeça não pensa... Só ouve.
E são essas vozes das quais eu tenho que parar de dar
ouvidos. Elas sussurram, cochicham e às vezes gritam. Como parar de ouvi-las se fazem tanto barulho
e tanto sentido? Ou não fazem... Como parar de cultivar as minhocas se alimentando
dos meus pensamentos? Onde está o inseticida?
Em contrapartida, cultivo uma rosa no meu coração. Pra falar
a verdade, eu ainda acho que ela é um brotinho. Um boiadeiro gentil quem plantou.
Voltemos a falar da minha cabeça ouvinte e não pensante:
como posso estar alienada dentro do meu próprio corpo? Sendo eu mesma a minha “entrigueira”.
Essa névoa bem que podia desaparecer e me deixar ver as coisas como elas são.
Sem minhocas e sem vozes.
Preciso de um banho que lave minha alma. Preciso de uma mudança
interna grande. Preciso... Preciso? Ai, que desagradável sempre precisar de
alguma coisa! Que coisa chata. Sempre pedindo, nunca fazendo. Preciso parar de
precisar! Isso sim.
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